Como aprender qualquer coisa mais rápido e melhor
Willamy Carrilho perguntou em uma postagem, “Não é nada relacionado com o vídeo, eu queria saber é uma forma de aprender inglês, eu tenho zero de vontade de aprender vendo vídeos aulas, eu comecei a jogar divinity 2 so para aprender inglês usando o google tradutor e tals, esse método funcionária?Eu vi que tem coisas que ta marcando minha mente enquanto jogo, não sei se a longo prazo eu conseguiria aprender o suficiente para ler,ouvir e escrever tranquilamente em inglês.”
Sua técnica não apenas funciona, como também funciona pra qualquer coisa que você for aprender e é algo que faz parte do melhor método. Agora você só precisa do método como um todo. Você está começando a descobrir que lidar com as coisas do lado emocional é melhor para o aprendizado. Emoção vem de Em Moção, em movimento (no inglês emotion vem de “in motion”), no caso seria pensamento em movimento. É uma excelente técnica de memorização essa. Se algo te marca, significa que você está imerso na experiência, em outras palavras, você está aprendendo enquanto se envolve emocionalmente.
Agora você só tem que arranjar uma forma de maximizar a imersão, pra agilizar o processo de aprendizado.
Deixa eu te dar um exemplo, imagine que você quer decorar um número de telefone, e então você vai e imagina o número do tamanho de uma casa de dois andares, depois imagina o número iluminado, imagina que tem alguns detalhes ao redor, e então pensa nesse número piscando, pensa também num coral cantando esse número. Não é muito mais fácil agora agora se lembrar não apenas do número, mas também do que você está lendo agora?
Nas instituições de ensino as pessoas tem tanta dificuldade pra aprenderem algo, e muitas vezes passam anos até chegarem ao nível intermediário, por que a maioria das instituições utiliza metodologias arcaicas e chatas, entendiantes, algumas são até completamente inúteis, mas isso tem um motivo: o objetivo da maioria dessas instituições de ensino é arrancar o máximo de dinheiro possível do aluno. O que costumo dizer é que a melhor forma de se aprender algo é apanhando, é tomando soco na cara. Primeiro você pega a base, no caso de um idioma é bom você começar pelo nível A1, depois você já vai logo pra porrada. Ir pra porrada seria como?
Pensa assim: Suponhamos que você não fale nada de japonês, mas de repente sua família vai morar no Japão e você tem que ir junto. Japoneses de modo geral não gostam nem de arranhar o inglês, muitos nem falam o idioma, na maioria das coisas no Japão vem escrito e falado em japonês, até a privada eletrônica do banheiro fala japonês, e aí, o que você vai fazer? Você está morando em um lugar onde só falam aquele idioma, e você precisa trabalhar, você não tem tempo pra ficar fazendo cursinho de japonês, como você se vira então? Bom, sua primeira atitude provavelmente será a de se aproximar de brasileiros, por questões de sobrevivência, mas ainda assim isso não é a solução definitiva, e se você se apegar a isso você vai depender dessas pessoas por vários anos, ou seja, você ainda precisa falar o idioma japonês. O que você deve fazer é começar a observar e perguntar, observe quais palavras são mais utilizadas e para quais objetos e pessoas elas são mais apontadas.
Só pensar da seguinte forma: Como você aprendeu seu idioma nativo, o português? Você fez curso? Claro que não. A forma como você aprendeu foi observando as pessoas ao seu redor, seus pais também te ensinaram palavras básicas, você provavelmente via gravuras em livros infantis, dentre outras coisas, mas o aprendizado não se limita ao básico, depois de algum tempo você já estava falando. Então pensa assim, por que uma criança aos 5 anos de idade já está se comunicando, mas um adulto que passa 1 ano fazendo um curso de idiomas não sabe falar nem um bom dia?
A única forma de se aprender algo rápido é estando emocionalmente envolvido com a experiência, Einstein incentivava o filho de 11 anos a tocar as músicas que gostava, mesmo durante as aulas de piano. Ao tocar o que gostava, a criança se sentia mais à vontade com o aprendizado, se identificava melhor com a experiência e, consequentemente, aprendia muito mais rápido do que as pessoas que não utilizam o mesmo método.
Voltando ao idioma japonês, a pressão pela sobrevivência, a parte cultural, o ambiente, as pessoas, tudo isso incentiva o indivíduo a ter um interesse maior no aprendizado do idioma, pois não é como se ele tivesse entrado pra uma escola de idiomas, aí num belo dia ele decide que não gosta mais daquilo e desiste. No exemplo do idioma japonês, em questão de poucos meses a pessoa terá uma ótima fluência no idioma e não mais precisará da ajuda de ninguém, enquanto que se ela tivesse entrado em um curso de idiomas de uma escola qualquer, ela teria de estudar pelo menos 2 anos, se dedicando, e sabemos que muitas pessoas precisam de 5 anos pra atingirem algum nível de excelência em curso de idioma.
Um outro exemplo que gosto de utilizar é o das artes marciais, quem começa a praticar uma arte marcial imaginando que na vida real as coisas são como nos filmes, essa pessoa estaria melhor aprendendo jardinagem, desculpe a sinceridade. Não há espaço para coreografias no mundo real.
Brigas de rua, por exemplo, duram uma questão de segundos e pode-se acontecer de tudo, até mesmo assassinato. Não é à toa que todo instrutor de arte marcial/defesa pessoal sério incentiva seus alunos a evitarem atritos na rua ou em qualquer ambiente que favoreça uma confrontação física.
Outra coisa, quantos exemplos já vi, de caras que eram altamente experientes em Jiu Jitsu brasileiro, mas ainda assim apanharam para praticantes de Wrestling que muitas vezes eram iniciantes. Este indivíduo, por exemplo, 7 anos de BJJ (jiu jitsu brasileiro), foi derrotado por um iniciante do Wrestling:
https://www.youtube.com/embed/hweJtSBr44k
O que eu acho mais interessante é a humildade que o cara tem pra falar dos erros e formas de sobressai-los (mesmo tendo 7 anos de experiência), coisa que não é muito comum entre os praticantes do Jiu Jitsu brasileiro, que em muitos casos costumam ter um ego do tamanho de uma montanha (verdade seja dita), tanto que muitos ainda falam na família Gracie, “somos uma família nessa academia”, família é pai e mãe, filhos e esposa, no máximo alguns parentes e amigos de longa data, a galera do treino não é sua família e a arte marcial que você treina não é a sua vida, por mais admirável que ela seja de um ponto de vista filosófico. Um outro exemplo, meio recente até, foi o mestre de Tai Chi Chuan que perdeu um combate pra um lutador de MMA, em questão de segundos. E não, eu não estou falando isso em tom de ofensa, é só que…. você que pode estar ofendido com isso, você se lembra que esse artigo é sobre aprendizado, certo?
Dessa forma, aqui temos também um outro aspecto a ressaltar: o realismo.
Tudo na vida deve ser encarado com uma ótica realista. Um floreio numa arte marcial pode ser tão letal para a integridade de quem o pratica, do que uma sequência de golpes desengonçados, mas que funciona. Você nunca deve fazer algo, seja lá o que for, só por que é algo que todo mundo faz e acha bonito fazer de tal forma, e isso vale pra qualquer coisa que for fazer. Tenha discernimento próprio.
O método aqui ensinado pode ser utilizado para se aprender qualquer coisa mais rápido e melhor, e até para aplicar de forma mais eficiente, você apenas precisa saber adaptá-lo ao seu contexto.
Bom, é isso aí. Quem tiver gostado do artigo, por favor, comente e compartilhe. Quem não tiver gostado, pode comentar até xingando se quiser, mas lembra de compartilhar, viu? kkkkkkkkk
Por Matheus Lopes